quinta-feira, 7 de abril de 2016





O adeus do Condor


Quão triste essa tristeza que de agora...
Ocupa o seu lugar, LordHermilio!
Sonhar nos seus saudosos trocadilhos,
Não tem mais o glamour que teve outrora!

Quão tarde eu descobri que foste embora...
Rompendo de sua sorte os frágeis trilhos,
Quis dedicar a Deus, uns louros sírios,
Grafando o verso seu num céu de glorias.

Ó muso da ilusão... Das Letras filho!
Levaste neste adeus o nosso brilho,
Deixando nossas asas repartidas.

Mas hoje de onde estás, Condor brilhante!
A estrela de seu verso rutilante,
Há de cobrir pra sempre nossas vidas!

07/04/2016.






quinta-feira, 31 de março de 2016



Carnaval na explanada

Carros na avenida...
Tempo, chuva, barro... Molhando, arrastando, denegrindo fantasias.
Vitória de alguns... Derrota da maioria, o pó das crenças, que se teve um dia.
Carnaval começa na quadra
Nos pés e nas nádegas... A dança que enquadra bruxas e fadas.
O ritmo que encanta os olhos e engana a mente, consagra a trilha e enxovalha as famílias.
Carnaval continua no ventre... Semente que brota, ferindo costumes... Fruto divino, sem paz e sem lume.
Blocos amorfos... Crianças? Aborto.
O trem elétrico, não mais passará... O seu ritmo excita, a febre palpita... A festa termina... Mas a heroína? Essa fica.
O carnaval continua nas avenidas... Desce as banguelas, o beco, pisa o esterco da dignidade humana.
É timbre que zoa, perverte, engana.
Montanha russa
Porcos que fuçam aqui, ali acolá...
Terra arada na esplanada
Grotas espalhadas em nossas pegadas
No meu, no seu, no Brasil de todos... Brasil que amamos, mas que politicamente não vale nada.
Brasil que se mascara de verde e amarelo pra assistir o próprio funeral no inferno.
E assim o Carnaval continua...












,